terça-feira, novembro 25, 2008

Se ele apenas



Diz a lenda que o poeta
Li Po
afogou-se na noite em que
embriagado
quis agarrar a Lua
sobre o lago.
É lenda, bem se vê.
Pois a verdade é que
a Lua
teria seguido o poeta
a qualquer canto
se ele apenas a tivesse chamado.

Marina Colasanti

Foto retirada do Google

Bebo sozinho ao luar

Entre as flores há um jarro de vinho.
Sou o único a beber: não tenho aqui nenhum amigo.
Levanto a minha taça, oferecendo-a à lua:
com ela e a minha sombra, já somos três pessoas.
Mas a lua não bebe, e a minha sombra imita o que faço.
A sombra e a lua, companheiras casuais,
divertem-se comigo, na primavera.
Quando canto, a lua vacila.
Quando danço, a minha sombra se agita em redor.
Antes de embriagados, todos se divertem juntos.
Depois, cada um vai para a sua casa.
Mas eu fico ligado a esses companheiros insensíveis:
nossos encontros são na Via Láctea..

Li Po

4 comentários:

Fatyly disse...

A conjugação de dois poemas fantásticos e nunca tinha lido nada de Li Po.

Belissimo post!

Beijos e um BOM DIA:)

Paula Raposo disse...

Ambos os poemas etéreos...bela conjugação que fizeste! Mais um pouco de sonho que venho aqui ler. Muitos beijos.

mfc disse...

Não sei de qual gosto mais... mas pela simplicidade, vou para o primeiro-.

Alien8 disse...

Belíssima combinação!

Beijinho.