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Porque era um homem sincero
eu o levei ao rio entre junquilhos.
Mas sincero não era
era só homem
e deixei nos junquilhos a esperança
de dar à minha espera serventia.
Porque era um homem forte
eu o levei ao rio entre junquilhos.
Mas forte ele não era
era só homem
e entre pedras deixei o meu desejo
de abandonar o arado, a forja, e a lança.
Porque podia me amar
eu o levei ao rio entre junquilhos.
Mas amante não era
era só homem
e na água afoguei a minha sede
de palavras mais doces que ambrosia.
Porque era um homem
só homem
eu o levei ao rio entre junquilhos.
Marina Colasanti
Foto retirada do Google
2 comentários:
Tocante...a tal linha ténue e espectante de imaginarmos mais...quando era só homem!
Gostei imenso!
Bom Domingo ****
Belo poema!!'porque era um homem só homem'. Adorei. Beijos.
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