
Agora, apodrecer.
Nas ruas, no suor das mãos amigas dos amigos, na pele dos espelhos...
desespero sorrido, carne de sonho público, montras enfeitadas de olhos...
...mas apodrecer.
Bolor a fingir de lua, árvores esquecidas do princípio do mundo...
"como estás, estás bem?", o telefone não toca! devorador de astros...
... mas apodrecer.
Sim, apodrecer
de pé e mecânico,
a rolar pelo mundo
nesta bola de vidro,
já sem olhos para aguçar peitos
e o sol a nascer todos os dias
no emprego burocrático de dar razão aos relógios,
cada vez mais necessários para as certidões da morte exata,
Sim, apodrecer ...
"...as mãos, a cólera, o frio, as pálpebras, o cabelo
a morte, as bandeiras, as lágrimas, a república, o sexo...
... mas apodrecer!
Sujar estrelas.
José Gomes Ferreira
Imagem retirada do Google
2 comentários:
Oh siô José Gomes Ferreira, o siô está brabo para que quere sujar as estrelas?
Aiiiiiiiiii se a Madonna sabe o siô vai-se ver grego para chegar a Lisbonne:)
Apesar de tanto apodrecimento eu dei-lhe a volta:)
Um beijo miúda e vou ali ouvir o Santana em altos berros:)
A resposta do José ao "E agora, José?". Escolhida em boa hora.
Beijos, Wind.
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