domingo, abril 29, 2012

Hai kai




Guardei para você,
num verso de porcelana,
as flores da manhã.

Eolo Yberê Libera

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sexta-feira, abril 27, 2012

Mick Jagger-Hard Woman



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quarta-feira, abril 25, 2012

25 de Abril



Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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terça-feira, abril 24, 2012

Engraçado...

Escreva o seu nome sem batota. Clique no postal, aguarde e vai ver que vale a pena.

Clique no link e escreva o seu nome.
Aguarde alguns segundos para carregar.

http://www.obtampons.ca/apology

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domingo, abril 22, 2012

P!nk - I Don't Believe You



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quinta-feira, abril 19, 2012

Joss Stone & Jeff Beck - People Get Ready (Live)



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terça-feira, abril 17, 2012

Train - Hey, Soul Sister



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domingo, abril 15, 2012

Surdo, Subterrâneo Rio



Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?

Eugénio de Andrade

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sexta-feira, abril 13, 2012

Florence + The Machine - Shake It Out



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quarta-feira, abril 11, 2012

O pequeno sismo



Há um pequeno sismo em qualquer parte
ao dizeres o meu nome.
Elevas-me à altura da tua boca
lentamente
para não me desfolhares.
Tremo como se tivera
quinze anos e toda a terra
fosse leve.
Ó indizível primavera.

Eugénio de Andrade

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segunda-feira, abril 09, 2012

sábado, abril 07, 2012

A par e passo



A par e passo passo neste espaço
abrindo a largos golpes largos espaços

e passas nos meus passos passo a passo
repassas em abraços os meus braços.

A peso peso os passos quando piso
os traços com que traço e já trespasso

o passeio nos lenços que desfaço
em lassos laços quando passas

como um punhal perdido em plena praça.

Joaquim Pessoa

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quinta-feira, abril 05, 2012

Melissa Etheridge & Joss Stone - Janis Joplin Tribute



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terça-feira, abril 03, 2012

Impressão



É o fim do dia
um grupo de aves afasta-se ao sabor do vento
dispersas em remoinho
já é curto
este luar de verão
enrolado
em espiral
assim acontece
a lenta aproximação do vapor de mar
nesta noite escura ao longo dos trilhos do campo

João-Maria Nabais

Foto:Eli

domingo, abril 01, 2012

O pastor amoroso perdeu o cajado



O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
estão presentes.
(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
nos pulmões)
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
uma liberdade
no peito.

Alberto Caeiro

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sexta-feira, março 30, 2012

As duas mãos da terra



Eu procurei e era vapor ou sonho
e era o mundo, o rumor do estio
com os seus barcos de folhagem entre as pedras
e o sol por sobre os muros, a linguagem
dos gestos quase imóveis no ardor
monótono e sombrio de uma brancura
que vencia o tempo e era o ombro
e o seio da terra entre o verde e a cinza.
Eu procurava e recebia o sopro
de um fogo em labirintos áridos
e a violência reunia-se num flanco
vermelho, companheira
que ardia adormecida e se elevava
sem sobressaltos à nudez do cimo.
Era como se a terra amasse o sonho
e com a mão de fogo e a mão de agua
desenhasse o instante da primeira
alegria divina. Eu recebia
as formas que se abriam e encerravam
em círculos vagarosos de uma matéria pura.

António Ramos Rosa

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quarta-feira, março 28, 2012

Os Azeitonas - Anda Comigo ver os Aviões



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segunda-feira, março 26, 2012

Agarro-me aos teus dedos



Agarro-me aos teus dedos
como se me afogasse entre os pensamentos:
de bronze são as palavras
as palavras imperecíveis de bronze
que lacrimejam dos teus olhos
como a tortura ou o silêncio
pois é assim, as mãos urdindo
com amor
as confissões que arranquei a outras noites
quando não regressavas...

João Ricardo Lopes

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sábado, março 24, 2012

As pedras



As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
um coisa para dizer.

Maria Alberta Menéres

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quinta-feira, março 22, 2012

***



Há muitos metros entre um animal que voa
E a escada que desço para me sentar no chão
Mas basta-me um quadrado de sossego
Para a distância absoluta

Está para além do que se vê a janela onde me debruço definitivo
Não é uma aparição
Nem se pode alcançar sem se ir em frente caindo

Só no fim da paisagem estou de pé como um para-quedista que desce
Suspenso como os santos num arroubo místico
Erguido como um anjo em suas asas
E sinto-me ser alto como um astro. Nuvem
Como se fosse um homem
Que levita

Daniel Faria

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