
Humana fonte bela,
repuxo de delícia entre as coisas,
terna, suave água redonda,
mulher nua: um dia,
deixarei de te ver,
e terás de ficar
sem estes assombrados olhos meus,
que completavam tua beleza plena,
com a insaciável plenitude do seu olhar?
(Estios; verdes frondas,
águas entre as flores,
luas alegres sobre o corpo,
calor e amor, mulher nua!)
Limite exacto da vida,
perfeito continente,
harmonia formada, único fim,
definição real da beleza,
mulher nua: um dia,
quebrar-se-á a minha linha de homem,
terei que difundir-me
na natureza abstracta;
não serei nada para ti,
árvore universal de folhas perenes,
concreta eternidade!
Juan Ramón Jiménez, Tradução de José Bento
Imagem retirada do Google
4 comentários:
Não conhecia e gostei muito pela sua originalidade.
Beijocas e um BOM DIA:)
Um belíssimo poema que não conhecia. Obrigada pela partilha. Beijos.
Um poema que descreve, com sensibilidade e muita delicadeza, o corpo feminino.
Gostei!
É a primeira vez que leio este poeta.
É o poema é magnífico.
Querida amiga, obrigado pela partilha.
Boa semana, beijo.
Enviar um comentário