sábado, setembro 17, 2005
Tédio
E depois...
Depois há o dia que nasce mesmo que eu não queira
A luz que entra pela janela e devassa a cama desfeita
Os olhos de ontem no espelho que não olho
O tédio, o aborrecimento
Que engulo com o café e inalo no cigarro
(Os dois primeiros).
A maçada de ser sempre a mesma
A mesma cara, o mesmo corpo, os mesmos gestos
(Amanhã visto-me de roxo).
As mesmas saudações de ontem ditas a quem passa
E nem conheço
E mal passa é passado
(Amanhã mando todos à merda).
O atravessar a passadeira para o lado da tarde
No mesmo sitio à mesma hora
(Amanhã atravesso mais acima onde não há passadeira).
Carregar a tarde esperando que o sol desça
E mergulhe na linha sem horizonte que me devolve ao escuro
E à cama desfeita e sem luz, que me espera
E onde deito corpo, tédio e desejos de mudança.
Poema: Encandescente
Imagem daqui
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