quinta-feira, setembro 22, 2005

O burguês



A gravata de fibra como corda
amarrada à camisa mal suada
um estômago senil que só engorda
arrotando riqueza acumulada.

Uma espécie de polvo com açorda
de comida cem vezes mastigada
de cadeira de braços baixa e gorda
de cómoda com perna torneda.

Um baú de tolice. Uma chatice
com sorriso passado a purpurina
e olhos de pargo olhando a revés.

Para dizer quem é basta o que disse
É uma besta humana que rumina
é um filho da puta é um burguês.

Ary dos Santos

Imagem daqui

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