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Olhava da janela a chuva
e sem o áspero sol da Meseta
a cidade era doce,
Madrid, uma cidade do norte
na orla do mar Báltico;
queria dizer-lhe isto
e que afagasse a cinza da Europa
e estivesse de novo aqui,
aqui onde jamais esteve,
non la he visto aún,
afirmaria o Víctor do restaurante
onde sozinho almoço às vezes
com a vaga esperança
de não saber se a vida chegará
como dantes a quis
e agora me surgia na cor dos edifícios.
Como é bela Madrid à chuva
e que difícil é tê-la
por detrás das vidraças
em tardes de sozinho a olhar.
Todavia confesso
esta fraqueza logo esqueceria
se o Víctor em segredo
chegasse à minha mesa e dissesse
mira quién ha llegado para comer,
trae en sus dedos una flor de lluvia.
Nuno Demspter
Imagem daqui
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