E depois talvez venha
O anjo da visita e do poema,
E traga o lume e a lenha
Do incêndio pedido.
Talvez venha,
De ritmos vestido.
Talvez... E, como outrora,
Ponha sobre a cabeça
Do poeta de agora
Os versos que ele mereça.
Em forma de grinalda,
Inocente e florida,
Talvez o faça ungido
Dum grito a mais na vida
Inútil e dorido.
Miguel Torga in "Libertação"Foto:
ognid
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