sábado, outubro 20, 2012

O beijo



Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escaracéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Fatyly disse...

Gosto muito, mas muito deste poema e juntaste uma foto genial.

Beijos e um bom sábado

Anónimo disse...

Excelente, Isabel!

Beijo

Nilson Barcelli disse...

Grande poeta.
É sempre um prazer ler os seus poemas.
Isabel, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.