sábado, setembro 10, 2011

Livre circulação



Andou livremente na cidade
até que a morte lhe pôs a sua máscara.

Guiado pelo néon azul-pálido
e pelas camas de cartão dos sem-abrigo
estragou a alma em condensados de tabaco
e as mangas com gordura e vinho tinto.

Foi seduzido pelas putas e faquistas
que partilham silenciosos as esquinas
e mais-que-bêbedo tropeçou na Lua-cheia
"hei-de marcar-te a face um dia destes..."

Manuel Filipe, in"O Rosto Remoto", pág. 25

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Hugo Nofx disse...

curioso. gosto.

Fatyly disse...

Um poema bem forte...e real!

Beijocas

Nilson Barcelli disse...

Mais uma excelente escolha.
É um bom poema.
Boa semana.
Beijos.