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Aqui está a minha vida.
Esta areia tão clara com desenhos de andar
dedicados ao vento.
Aqui está a minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento.
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está a minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.
Cecília Meireles
Foto:Gonçalo Pereira
1 comentário:
Belíssimo poema de cecília Meireles que, gradualmente, se torna para mim também uma referência na poesia. Belo mas triste ... Um beijo e bom fim de semana
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