Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
Foto:
Richard Larrios
3 comentários:
Divinal este poema de Eugénio de Andrade! Adorei! Muitos beijos e um bom fim de semana para ti, que tão belos momentos me proporcionas.
E enquanto correr a água da bica, devemos amar a vida apesar de por vezes doer bastante.
Um magnífico poema.
Um resto de bom dia*****
Wind,
"Escutar o silêncio..."
Belo poema
Beijos
Enviar um comentário