quarta-feira, dezembro 03, 2008
Jardim perdido
Jardim
em flor, jardim de impossessão,
Transbordante de imagens mas informe,
Em ti se dissolveu o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.
A verdura
das arvores ardia,
O vermelho das rosas transbordava
Alucinado cada ser subia
Num tumulto em que tudo germinava.
A luz trazia
em si a agitação
De paraísos, deuses e de infernos,
E os instantes em ti eram eternos
De possibilidades e suspensão.
Mas cada
gesto em ti se quebrou, denso
Dum gesto mais profundo em si contido,
Pois trazias em ti sempre suspenso
Outro jardim possível e perdido.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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3 comentários:
Belíssimo!! Beijos.
Uma ternura de poema com uma beleza tal e qual o da foto.
Gostei imenso!
Beijocas e um bom dia:)
Popr acaso já estava a apetecer ler algo da Sophia de Mello Breyner.
Que bom que te lembraste!
Beijos
Jorge
P.S. A música também está muito bem escolhida.
Foste feliz em tudo!
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