quarta-feira, dezembro 10, 2008
Desde a aurora
Para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago:vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu,desde a aurora,
eu-a terra-que te procuro.
de Obscuro Domínio.
Eugénio de Andrade
Foto retirada do Google
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4 comentários:
Maravilhoso qualquer poema de Eugénio de Andrade! Gosto imenso. Beijos.
HUmmmm um pouco confuso oh Sô Eugénio, nunca entendi bem o que siô quer dizer com isto:(
Beijocas e um BOM DIA
Querida Wind,
não deixa de ser interessante andar a navegar pela Blogolândia e de repente dar com poemas de Eugénio de Andrade em 3 dos blogs que visitei. É sinal de bom gosto.
Beijocas doces
Wind,
A tua ilustração do poema é excelente!
Beijos.
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