quarta-feira, dezembro 31, 2008
Ao longe os barcos de flores
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranqüila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
Camilo Pessanha
Imagem retirada do Google
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6 comentários:
Wind,
Escolho os Versos de Natal e a Amostra sem valor.
Beijinho.
Um bonito poema para este dia último deste ano...boa escolha, Isabel. Bom ano para ti. Muitos beijos.
Eu vi a luz em um país perdido.
Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
................... Pessanha era bastante melancólico e doente pela vida errante que levou, mas não deixou de ser um grande poeta.
Gostei:)
Beijos e um BOM FINAL DE ANO:)
FELIZ ANOOOOOOOOOOOOOOooooooooooooooooo
sempre ..............
jocas maradas de coisas boas
Sim... um som de flauta!
Para ti um grande 2009
Bom 2009!!!
Abraço,
José Carreira
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