terça-feira, agosto 19, 2008

Federico Garcia Lorca- 5 de junho de 1898 /19 de agosto de 1936



O poeta pede a seu amor que lhe escreva

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.

Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.

Foto:Piotr Kowalik

5 comentários:

peciscas disse...

Não sabia que hoje faz anos que a "Rosa de Granada" (como lhe chamou o Torga) tinha sido covarde e brutalemente assassinado.
Desde a minha juventude que é um poeta que me marcou.

Ray Gonçalves Mélo disse...

Wind, vim te conhecer, desde que Isabel nos deu no mesmo dia , queria vir....
Esta poesia é linda demais e esta música também......
Teu espaço é muito gostoso de estar.....
Amei........
beijos....

Fatyly disse...

Um poeta com uma força interior brutal.

Gostei imenso e a foto está lindissima!

Beijos

Paula Raposo disse...

Sublime e imortal!!!

papagueno disse...

Uma grande homenagem ao grande poeta silenciado pelo ódio franquista.
beijos