Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda gente
Inteligente,
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos,
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E realmente...
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demônio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.
Miguel Torga
4 comentários:
Tão giro! Não conhecia este poema do Miguel.
beijos
Bem imaginado e bom contado...pelo Torga!
Beijinhos
Excelente! Não conhecia este poema do Torga. Uma chatice as fábulas que nos impigiam...
Não conhecia e fiquei bastante surpreendida. Fantástico!
Beijos
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