quinta-feira, setembro 11, 2008
A vazia sandália de S.Francisco
A gratidão da macieira e a amnésia do gato
nunca pautaram o curso dos meus dias.
Fiquem onde estão!
foi a minha ordem para a macieira e para o gato,
anda bem exteriores ao meu fraco por eles.
Salvei-os(e salvei-me!)de uma fábula
cuja moral necessariamente devia ser eu,o parlante
amigo de macieiras e conhecidos de gatos.
Dá um certo desconforto malbaratar assim amigos
em dois reinos da natureza.
Mas também dá liberdade.
Há uma gente que desponta do outro lado do vale.
Está a correr para cá.
São os meus semelhantes.
Com eles vou desentender-me(mais que certo!),
mas a ideia que deles faço
é ainda um laço.
Repousem em paz as macieiras e os gatos.
Alexandre O'Neill
Foto:Mario Spalla
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Um magnífico poema e não podias ter escolhido melhor foto.
Bom dia***********
Óptimo poema!! A imagem linda! Gostei. Beijos.
Adoro a genialidade de Alexandre O'Neil, adorei este poema
beijocas
Tinha razão o Alexandre.
Mal por mal, antes a gente tentar começar por se entender com os nossos semelhantes.
E depois com todos os outros seres.
Se bem que, quem não se consegue entender com o gato, a macieira, ou quaiquer outros seres não racionais, dificilmente se entenderá com os humanos.
O'Neill sempre magnífico. O gatinho da foto tá lindo!
Beijos
Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...
Enviar um comentário