terça-feira, setembro 23, 2008
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Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Clarice Lispector
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4 comentários:
É um facto...e há coisas que não dão para entender mas tentar é um exercício gratificante e não paga imposto:)
BOM DIAAAAAAAAA com Mokambo lollll
Beijos garota
Concordo! É bom saber que não se entende...beijos.
Ser consciente pode ser doloroso.
Não é mesmo por burrice. Mas há coisas que a gente sente que, se tentarem entender, perdem o sabor e o encanto.
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