sábado, maio 15, 2010

Nua madrugada



O leito em seu estado adormecido,
o lume que esmorece na lareira,
a cadeira no seu estado de sentada,
a laranja que definha na fruteira,
ou a dolência deste estado indefinido
de sonhar, com o passado à cabeceira...

(E enquanto morre a nua madrugada
renasce a imensa noite, à minha beira.)

Manuel Filipe in"Eis Uma Casa", pág.20, Edição do Autor

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Márcia Maia disse...

Que poema mais interessante.Esses estados das coisas são demais!

Um beijo daqui.

Fatyly disse...

Fantástico e tão acolhedor! Adorei!

Beijos e um bom sábado

Paula Raposo disse...

Também julgo que sim.
Beijos.