quarta-feira, fevereiro 10, 2010

A meias



Bebo o meu café enquanto bebes
do meu café. Intriga-me que faças isso.
Se te posso pedir um
(se podes tomar um igual)
porque hás-de querer do meu?
Que
não. Que não queres. Escuso
de pedir
que não queres. Então
começo
um cigarro e tu fumas do
meu cigarro dizes
«tenho quase a certeza de
não acabar um sozinha» por isso
fumas do meu. Dá-te
gozo esse roubar
de
leves goles furtivos
dá gozo participar
do prazer que eu possa ter
contigo
(e entre nós)
dá-se agora tudo
a meias.

João Luís Barreto Guimarães

Imagem retirada do Google

4 comentários:

Paula Raposo disse...

Um poema delicioso!!
Beijos.

Fatyly disse...

uma partilha tão deliciosa e todos deviamos ser assim:) ADOREI!

Beijos e um bom dia

Angela Ladeiro disse...

Original...gostei mesmo. Obrigada

polittikus disse...

Bom poema. Não conhecia.