sexta-feira, fevereiro 26, 2010
Cidade
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes e não vejo
Nem o crescer do mar nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pelas sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
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4 comentários:
Uma bela descrição... adorei.
PS- Foto tirada do terraço da Pollux!?
Esta é a compressão da cidade.
Beijos.
Linda poesia!
O sufoco das grandes cidades... Um belo poema!
Beijocas
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