sábado, julho 19, 2008
Pediste e te dei
Tu, pediste a rosa,
Dei-te.
Uma vez em meus braços,
pediste-os,
eu dei.
Com, doçura pediste,
fidelidade,
e dei.
Quando falei vantagens,
dos sonhos meus,
tu pediste,
e os dei.
Para o mundo andar,
minhas pernas,
as dei.
O tempo fez uma volta,
o arco reluziu,
te dei.
Meu tronco,
o abraçaste,
e a ti o dei.
O horizonte infinito,
tal qual o desejo,
e o dei.
Minha cabeça,
junto os pensamentos,
a ti dei.
Nada mais restando,
para te dar,
devolveste-os.
E, novamente,
não pediste a rosa
mas a ti dei.
Uma vez pediste-me,
por inteiro,
e me dei.
Eis o ciclo do amor:
esse se dar,
receber-se de volta,
e, de novo, dar-se.
José do Vale Pinheiro Feitosa
Tela:Magritte
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4 comentários:
LINDISSIMO e EXCELENTE!
Beijos e um resto de bom dia:)**
Poeticamente falando assim é. Na realidade quando se pede é quando não se tem...mas é um belo poema de amor. Até ao fim...beijos.
tem tudo Wind
o sentir da poesia, na felicidade de saber tão bem escrever
um dar e um receber, um ciclo...
amei!
beijinhos para ti
lena
Assim é o amor; dar e receber.
Não conhecia esta tela do Magritte.
beijos
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