quarta-feira, julho 02, 2008

Fechei o Sol



Fechei o Sol no meu quarto
de paredes limpas,imaculado, e discreto,
mas, a toda a volta, cresceu um vazio preto.

A esta gloriosa exposição eu me submeto:
-Falo com os botões em contra-luz, e olho o tecto,
até ficar farto.

A noite cai agora, mansamente.
Abro a porta ao vento livre, do deserto,
para que entrem sombras e silêncios insolentes.

Manuel Filipe, in"Nas Palmas Da Noite", pág.29, Apenas Livros

Foto:Eugenio Eugenio

2 comentários:

papagueno disse...

mais um belo poema do Manuel com uma foto fantástica.
Bjks

Paula Raposo disse...

Sempre bem Manuel Filipe!! A insolência das sombras e do silêncio. Sem dúvida.