Fechei o Sol no meu quarto
de paredes limpas,imaculado, e discreto,
mas, a toda a volta, cresceu um vazio preto.
A esta gloriosa exposição eu me submeto:
-Falo com os botões em contra-luz, e olho o tecto,
até ficar farto.
A noite cai agora, mansamente.
Abro a porta ao vento livre, do deserto,
para que entrem sombras e silêncios insolentes.
Manuel Filipe, in"Nas Palmas Da Noite", pág.29, Apenas Livros
Foto:
Eugenio Eugenio
2 comentários:
mais um belo poema do Manuel com uma foto fantástica.
Bjks
Sempre bem Manuel Filipe!! A insolência das sombras e do silêncio. Sem dúvida.
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