quarta-feira, junho 02, 2010
Língua Mater dolorosa
Tu que foste do Lácio a flor do pinho
dos trovadores a leda a bem-talhada
de oito séculos a cal o pão e o vinho
de Luís Vaz a chama joalhada
tu o casulo o vaso o ventre o ninho
e que sôbolos rios pendurada
foste a harpa lunar do peregrino
tu que depois de ti não há mais nada,
eis-te bobo da corja coribântica:
a canalha apedreja-te a semântica
e os teus verbos feridos vão de maca.
Já na glote és cascalho és malho és míngua,
de brisa barco e bronze foste a língua;
língua serás ainda... mas de vaca.
Natália Correia
Imagem retirada do Google
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4 comentários:
Excelente escolha, Isabel!!
Beijinhos.
Da grande, enorme Natália Correia...
Um soneto à Natália Correia...
O poder de critica desta grande poetisa era potente e certeiro. Gostei!
Beijocas
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