sábado, setembro 26, 2009
Tapas os caminhos
Tapas os caminhos que vão dar a casa
Cobres os vidros das janelas
Recolhes os cães para a cozinha
Soltas os lobos que saltam as cancelas
Pões guardas atentos espiando no jardim
Madrastas nas histórias inventadas
Anjos do mal voando sem ter fim
Destróis todas as pistas que nos salvam
Depois secas a água e deitas fora o pão
Tiras a esperança
Rejeitas a matriz
E quando já só restam os sinais
Convocas devagar os vendavais
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
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5 comentários:
A eterna busca. Lindo! Beijos.
Linda imagem neste hino ao amor eterno
um beijo
e ela será de facto uma eterna poetisa. Gostei muito e a foto é sensacional.
Beijocas
Um desabafo interior muito profundo.
Boa selecção do texto lírico.
e tu já sabes como eu amo tanto a bela sophia
Obrigado por mais um poema dela
beijocas
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