quinta-feira, setembro 10, 2009
Poema
Amo-te por sobrancelha, por cabelo, debato-te em
corredores branquíssimos onde se jogam
as fontes de luz,
discuto-te a cada nome, arranco-te com
delicadeza de cicatriz.
Vou-te pondo no cabelo
cinzas de relâmpago
e fitas que dormiam à chuva.
Não quero que tenhas uma forma, que sejas
precisamente o que vem atrás da tua mão.
porque a água, considera a água e os leões
quando se dissolvem no açúcar da fábula,
e os gestos, essa arquitectura do nada.
acendendo as lâmpadas a meio do
encontro.
Todas as manhãs és a ardósia em que te invento
te desenho.
Pronto a apagar-te, assim não és, nem tão pouco com
esse cabelo liso, esse sorriso.
Busco a tua soma, a beira da taça onde o
vinho é também a lua e o espelho,
Busco essa linha que faz tremer um homem
numa galeria de museu.
Além disso amo-te, e faz tempo e frio.
Julio Cortázar visto no Palavras D'Ouro
Foto retirada do Google
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5 comentários:
Muito original e gostei imenso!
Beijocas
Olá Wind, belo poema...Espectacular....
Beijos
Que poema fantástico! Beijos.
Magnífico.
Gostei de ler, obrigado pela partilha querida amiga.
Beijo.
Cada vez mais acho difícil comentar um belo poema de amor.
Sente-se e pronto.
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