Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver
só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe
a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
Pintura retirada do Google
7 comentários:
Um poema que já ri e reli não sei quantas vezes!
Grata por o partilhares.
Beijo e boa noite
Lindo este poema!! Beijos.
Wind,
Gosto muito deste poema (e da obra do Nuno Júdice). Já agora, do Ruy Belo também. Três versos e está tudo dito!
Fui por aí abaixo, que andava atrasado. Sempre uma óptima escolha de palavras e imagens. Sempre.
Um beijo.
Mais um texto denso e profundo do Nuno Júdice.
mas é dificílimo fazê-lo!
Eu lamento muiito- o texto é belíssimo, como todos os de Ricardo Reis...Aconteceu um lapso apenas ao atribuí-lo ao Nuno Júudice.De vez em quando também já me aconteceram coisas assim...
Um abraço
Obs.: ante de colocar em comentário tinha enviado em PVT para o úunico endereço de e-,mail que encontrei na página de entrada.
Gosto de reler esta "personagem" de Fernando Pessoa e afirmo uma vez mais que ninguém foge ao destino mas "aceitar calmamente as coisas sem questionar?" é díficil para burros:)
Beijos
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