sexta-feira, julho 10, 2009
Quanto mais amada mais desisto
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia
Foto retirada vdo Google
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4 comentários:
Sempre extraordinária, Natália!! Bom fim de semana, beijos.
A poesia de Natália é sempre emotiva e sensacional. Gostei imenso!
Beijos
Olá, Wind,
Tempo apenas para ler a Natália Correia e ouvir/ver aquela dupla notável, tripla se incluírmos o autor da música.
Um beijo.
A Natália foi uma das autoras dos nossos tempos que melhor cultivou o soneto.
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