terça-feira, julho 21, 2009

Não é para contar uma estória que tu escreves



Não é para contar uma estória que tu escreves
e eu pinto
nem para nos apontarem a dedo que limamos
o bico aos pregos no avesso do mundo, nem a terra
é o centro deste. O universo não usa
adereços de cena
nem liga a espelhos. Tem mais que fazer
que nos copiar e tão-pouco ao fado pois ele é
velho, não tem dentes, e tresanda
ao ranço de uma açorda
salgada e sem coentros.

Júlio Pomar

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Fatyly disse...

O universo é de facto velho, não tão dentes? e tresanda ao ranço de uma açorda????? baralhei-me e sinceramente não consegui perceber ou tirar algo deste poema.

Beijocas e um bom dia:)

Paula Raposo disse...

Não conhecia este poema!! Tem razão. O fado é uma açorda desenxabida que se farta!!! Beijinhos

peciscas disse...

Mas, no entanto, o Pomar escreveu letras de fado para o Carlos do Carmo. Sem ranço...