domingo, novembro 07, 2004

Fernando Pessoa




Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço
Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos
Não o sei e sei-o bem.

Foto:Ricardo Cordeiro

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