segunda-feira, novembro 29, 2004
Que importa?...
Eu era a desdenhosa, a indiferente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão,
Como bate no peito à outra gente.
Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de desejo ou de emoção,
Enquanto as asas loiras da ilusão
abrem dentro de mim ao sol nascente.
Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte,
Toda ela é riso, e é frescura e graça!
Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?...se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes...quando passa?...
Florbela Espanca
Foto:Paulo Marques
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2 comentários:
Quando as asas da ilusão se abrem dentro de nós, nada nos pode parar! Belíssimo poema da Florbela Espanca! Boa escolha, Wind. Um beijo
Esta Florbela cantou o amor em todos os tons. Belíssimo poema que encerra muitas verdades. Beijnhos, amiga.
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