segunda-feira, novembro 29, 2004

Fernando Pessoa




Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússola e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo.

Criaram teu poema arquitectura
E és semelhante a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um de deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidas.


Sophia de Mello Breyner Andresen

3 comentários:

Anónimo disse...

Só para deixar votos de semana super especial.
Ausência deve-se a problemitas vários, os do pc ainda são os menores. Nada de especialmente grave, apenas muitíssimo desgastantes.
Voltarei logo que possa para te ler.
Bjos

Luis Duverge disse...

Tenho estado sem net ao fim de semana, como tu
produzes como ninguém passados 2 dias sinto-me
desactualizado. Queria comentar todos os post
atrás, mas sinceramente seria esforço inglório,
assim ... e porque hoje é segunda-feira limito-me
a dizer-te que ao contrário dsa Cariátide que suporta o destino que lhe conferiram ... eu não vou ao sabor do vento, e escolho meu próprio caminho. Tu devias fazer o mesmo ...
Aguardando novas imagens ... envio-te um beijo imaginário.

Anónimo disse...

Oi wind, uma semaninha bem feliz, ok? Beijoka e continua a partilhar belos poemas.