segunda-feira, novembro 03, 2008
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade
Foto retirada do Google
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4 comentários:
Viver o presente será sempre o melhor remédio para que jamais deixemos de dar as mãos.
Sempre maravilhoso...
Beijos e uma boa segunda feira
Tão verdade!!! Beijos.
Vivamos, então, o tempo presente.
É tão bom poder ir de mãos dadas!
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