quarta-feira, novembro 26, 2008
Antítese
Na exatidão
sou a distância maior
entre dois pontos distintos
No sonho
sou o medo daquele
que está sempre acordado
a espreitar o inimigo
Na vida
sou o saltimbanco
que apresenta seu espetáculo
para uma platéia entorpecida
No filme
sou a cena de ação
onde morre o mocinho
Na fuga
sou a distância que separa
o ataque da presa
No amor
sou a semelhança cômica
entre a careta do orgasmo
e a agonia da morte
Na noite
sou a prostituta sem nome
de sexo carnudo
servido a todas
No beijo
sou a boca de homem
com lábios fortes
apertando a alma
sem sentimentos
Na hipótese
sou a dúvida
que desmente a tese
e mantém o problema
No fim
serei poeta
para poder tudo outra vez.
Celso Brito
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3 comentários:
E todos teremos um pouco de cada...poema muito forte e de que gostei, claro! Beijos.
Não conhecia e como diz a Paula Raposo "todos teremos um pouco de cada". Tocante, profundo e não menso real.
Gostei imenso!
Beijos e um Bom Dia
Muito, muito bom. Não conhecia este poeta. mais um pros meus especiais.
Beijo daqui.
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