sábado, novembro 06, 2004

Frémito do meu corpo




Frémito do meu corpo a procurar-te.
Fabre das tuas mãos na minha pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te.

Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel.
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e farte!

E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...

E o meu coração que tu não sentes
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas.


Florbela Espanca

Foto:A Brito

1 comentário:

Anónimo disse...

olá... só para dizer que continuo a ler todos os teus posts... infelizmente não tenho muito jeito para comentar...lol nunca me ocorre nada de jeito para dizer!
continua assim!
bjinhos grandes ***
vlad