sábado, abril 24, 2010

Poema dos jardins ausentes



Hoje corri todos os jardins da terra
e estou ao pé de ti de mãos vazias meu amor,
os jardins só respiram esse fulgor desnudado
a rutilar caligrafias mesmo no centro da pedra.

Amanhã voltarei a correr todos os jardins
ao ritmo quase imóvel de um segredo,
num murmúrio que preserve o alento
para mergulhá-lo numa boca de mulher.

Hei-de correr todos os jardins sagrados
que habitam subtis e espessos labirintos,
e encontrar os vocábulos das pétalas da rosa
que unem o interdito ao centro das palavras.

E é como se as rosas nascessem dos dedos
como uma raiz imitando os frutos meu amor.

João Rasteiro

Imagem retirada do Google

3 comentários:

polittikus disse...

Gostei...

Paula Raposo disse...

Muito belo poema! Gostei muito.
Beijos.

Fatyly disse...

Não conhecia e achei-o fantástico.

Beijocas e uma boa tarde