quarta-feira, abril 28, 2010

As andorinhas



Vi-as levantar
e partirem em direcção
ao Sul

molhadas apenas
por uma luz muito alta e límpida
essa água quase rasante
do amanhecer

Voltarão com a Primavera
com o pranto
das últimas chuvas
o cheiro das primeiras flores

quando o ar
se esclarece e é uma cortina aberta
transparente e lavada

quando já nada resta
senão a memória breve
da sua partida

porque só elas partem
e só elas regressam

só elas escrevem o tempo
que sem cessar
se escoa
irremediavelmente.

Luís Serrano

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Fatyly disse...

Um poema tão simples que gostei imenso, sobre uma das aves que mais gosto: andorinhas:)

Beijos e um bom dia

Paula Raposo disse...

Senti saudade. Gostei muito.
Beijos.

polittikus disse...

Adorei o poema, adorei a foto. As andorinhas, nem por isso, pois ando com uma decoração exterior no carro, por causa delas...