Entre vento e navalha escolho o vento
entre verde e vermelho aquele azul
que até na morte servirá de espelho
ao vento que por dentro me deslumbra
Entre ventre e cipreste escolho o Sol
Entre as mãos que se dão a que se oculta
Entre o que nunca soube o que já sobra
Entre a relva um milímetro de bruma.
David Mourão-Ferreira
Imagem retirada do Google
4 comentários:
O sempre sensual e fascinante DMF!!!
Muitos beijos.
A força inerente deste grande DMF. Gostei imenso e a foto está fabulosa.
Beijos e um bom dia:)
Tão mal consegue o luar insinuar-se em nós
que a própria voz do mar segue o risco de um disco...
Não cessa de tocar; não cessa a sua voz.
Mas já ninguém pretende exp'rimentar-lhe o risco!
David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
"entre verde e vermelho aquele azul/que até na morte servirá de espelho" - magnífico.
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