terça-feira, janeiro 12, 2010
Até amanhã
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
Foto retirada do Google
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4 comentários:
Grande Poeta! Qualquer poema dele é uma perfeita maravilha.
Beijos.
Gostei muito.
PS-Com este tempo de m. escolhe um poema faça lembrar o sol, a praia, as sardinhadas... esqueçe.
Desculpa a divagação.
Muito bonito e não conhecia. Não podias ter escolhido uma foto melhor.
Parabéns pelo post e obrigado:)
Beijocas
gostei
--ou não fosse EA
jocas maradas
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