quinta-feira, abril 30, 2009

A minha religião é o novo



A minha Religião é o Novo.
Este dia, por exemplo; o pôr do Sol,
estas invenções habituais: o Mar.
Ainda:
os cisnes a Ralhar com a água. A Rapariga mais bonita que
ontem.
Deus como habitante único.
Todos somos estrangeiros a esta Região, cujo único habitante
verdadeiro é Deus (este bem podia ser o Rótulo do nosso
Frasco).
Dele também se podia dizer, como homenagem:
Hóspede discreto.
Ou mais pomposamente:
O Enorme Hóspede discreto.
Ou dizer ainda, para demorar Deus mais tempo nos lábios ou
neste caso no papel, na escrita, dizer ainda, no seu epitáfio que
nunca chega, que nunca será útil, dizer dele:
em todo o lado é hóspede,
e em todo o lado é Discreto.

Gonçalo M. Tavares

3 comentários:

Paula Raposo disse...

A minha religião também é o novo...e partir daí já não sei comentar! Beijos.

Fatyly disse...

Todo o ser humano acredita num "hóspede discreto" seja de que origem for.

Um poema muito preenchente e como seria tão bom que não houvesse guerras entre os seguidores dos vários hóspedes...porque
"em todo o lado é hóspede
"e em todo o lado -devia ser- Discreto"!

Gostei imenso

Beijocas e um bom serão

Márcia Maia disse...

Incrível, este poema. A minha, idem.
Beijo daqui.