terça-feira, fevereiro 17, 2009

Para meu coração



Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

Foto retirada do Google

4 comentários:

Paula Raposo disse...

Um poema lindíssimo de Neruda. Beijos.

Fatyly disse...

Não conhecia este poema de Pablito:) e sinceramente GOSTEI.

Beijos e um bom dia

peciscas disse...

Com o Neruda, ficamos sempre perto da beleza suprema.

Alien8 disse...

Belo, como sempre.
Beijos, Wind.