quinta-feira, novembro 18, 2004

Pássaro




Ele amava a água sem sede.
e, em verdade
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma ténue ferida.


Cecília Meireles

Foto:Vasco Oliveira

3 comentários:

mar revolto disse...

Olá;
Ainda bem que a Maria te pediu que me desses o recado..., aproveitei e vim conhecer o teu tão acolhedor cantinho...,voltarei mais vezes.
Obrigada!
Um beijo

Monalisa disse...

Wind, Venho dar-te um beijo e dizer que tenho vindo aqui ler as tuas escolhas. Sempre excelentes, de bom gosto e com grande sensibilidade.
Beijo

lique disse...

Belíssimo este curto poema de Cecília Meireles! Sempre um gosto impecável nas escolhas. Beijinhos