quinta-feira, novembro 11, 2004
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Foto:José M. Oliveira Silva
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Venho cá ver-te e pasmo deste laborioso labor, à desfilada. Há poemas a correr, desarvorados, que tu espalhas ao sabor da ventania. Até um Neruda, vê tu bem, que eu ando a reler!...
Beijos.
Hoje preciso das tuas lágrimas,
Hoje precisava das tuas palavras,
Encontrei-te ao vento... gostei de te ver assim,
Hoje precisava de ti ...obrigado por te ter encontrado.
Um beijo levado pelo vento para ti.
Enviar um comentário