quarta-feira, novembro 10, 2004
Desejos vãos
Eu quria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores, também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras...essas...pisa-as toda a gente!...
Florbela Espanca
Foto: Nuno Belo
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6 comentários:
ESte soneto não pesquisei no Google, é dos meus livros:)
Tens tudo para ser o mar,
Tens tudo para ser o Sol,
Desejos vãos...
Li-te mas ainda náo consegui encontrar a tua alma.
Vou passando ...
Wind, do google ou dos teus livros, a Florbela é sempre a Florbela. Poemas lindos, sentidos, sofredores, actuais...
Quando cá vieres vou preparar uma sessão com uma amiga que diz muito bem Florbela.
Parabéns pela foto e pelo poema.
Aquele abraço - josé gomes
Florbela Espanca sempre!
hfm
http://alicerces.blogspot.com
http://linhadecabotagem.blogspot.com
O sentido que este poema hoje tem para mim, é inexplicável. Um beijo, querida Wind
Belo, minha querida, como todos os poemas de Florbela. Deseja-se muito mas afinal estamos ao nível de tudo o que é terreno. beijinhos
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