segunda-feira, agosto 09, 2010

Poema dos jardins ausentes



Hoje corri todos os jardins da terra
e estou ao pé de ti de mãos vazias meu amor,
os jardins só respiram esse fulgor desnudado
a rutilar caligrafias mesmo no centro da pedra.

Amanhã voltarei a correr todos os jardins
ao ritmo quase imóvel de um segredo,
num murmúrio que preserve o alento
para mergulhá-lo numa boca de mulher.

Hei-de correr todos os jardins sagrados
que habitam subtis e espessos labirintos,
e encontrar os vocábulos das pétalas da rosa
que unem o interdito ao centro das palavras.

E é como se as rosas nascessem dos dedos
como uma raiz imitando os frutos meu amor.

João Rasteiro

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Paula Raposo disse...

Que poema lindo! Não conhecia. Obrigada, Isabel. Beijos.

Fatyly disse...

João Rasteiro, desconhecia...mas pregou-me uma rasteira porque me comoveu muito este poema de tão belo que é. Obrigado pela partilha.

Beijocas e um bom dia

Nilson Barcelli disse...

O autor, nada me diz.
Mas o poema é excelente.
Querida amiga, boa semana.
Beijos.