quinta-feira, julho 29, 2010
Parque da cidade, uma vez mais sentado na tarde do dia
Os primeiros grandes dias de Junho
prolongam a luminosidade solar
até ao horizonte indefinido
fortemente tingido de azul-anil
as cores e os pequenos instantes de contraluz
desenham a copa das árvores e as casas
onde habita o silêncio das sombras
escondidos os segredos das crianças
na penumbra da cal
pelo parque da cidade
pares de namorados
e mulheres sós passeiam cúmplices
duma multidão de animais de estimação
sem quebrar a maciez impressionista do canto da cotovia
o efeito doppler ressoa no grito obstinado de uma ambulância
a transportar novos vírus da civilização
sem o lume do verso
cai o último clarão no pano do dia
em breve a tarde sossega
se pressente o vazio da luz
João Nabais
Imagem retirada do Google
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2 comentários:
sem quebrar a maciez impressionista do canto da cotovia
o efeito doppler ressoa no grito obstinado de uma ambulância
a transportar novos vírus da civilização
.............
Um poema bem original e adorei a parte que refiro.
Beijocas e um bom dia
Este poema é de que João Nabais?
O advogado?
É irrelevante, só por curiosidade.
E o bicho não se pica lá no alto?
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