quarta-feira, julho 21, 2010

E alegre se fez triste



Aquela clara madrugada que
Viu lágrimas correrem do teu rosto
E alegre se fez triste como se
Chovesse de repente em pleno Agosto.

Ela só viu dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
Viu nossos olhos juntos nos segredos
Que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
Por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer-me adeus: essa palavra
Que fez tão triste a clara madrugada.

Manuel Alegre

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Fatyly disse...

Um grande poema deste nosso grande poeta...mas que a meu ver jamais será grande como presidente:)

Beijocas e um bom dia

Paula Raposo disse...

Gosto muito deste poema!!
Beijinhos.

Anónimo disse...

Certezas quanto ao poeta que foi/é.
Todas.

Dúvidas quanto a um grande presidente?
Porquê?

O soneto que aqui nos trazes, Wind, tem a marca, clara, de Manuel Alegre.