sexta-feira, julho 23, 2010
Os amantes sem dinheiro
Tinham o rosto aberto a quem passava
Tinham lendas e mitos
E frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
De mãos dadas com a água
E um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
O milagre de cada dia
Escorrendo pelos telhados,
E olhos de oiro
Onde ardiam
Os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
E silêncio
À roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
Um pássaro nascia dos seus dedos
E deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Um poema fantástico!! Gosto muito.
Beijos.
Realmente belo e não podias ter escolhido melhor foto. ADOREI!
Beijocas e um bom dia
Espectacular, Wind.
Bjs
Enviar um comentário